Muito se ouve falar sobre o sistema de saúde público do Canadá. Eu mesma morria de medo de como seria o pré-natal aqui, tanto que muitas vezes eu pensei em ir pro Brasil pra ter nenê. Por fim, resolvemos ficar por aqui mesmo, já que não faria sentido ir pra lá só pra ele nascer.
E a experiência não poderia ter sido melhor! Claro que ao longo dos 9 meses, algumas coisas não saíram exatamente do jeito que eu queria/pensava. Por exemplo, fui acompanhada pelo médico de família até o sexto mês e só conheci meu obstetra no sétimo mês de gestação. Isso me deixou apreensiva, mas por se tratar da segunda gravidez e como minhas gravidezes são sempre muito tranquilas, resolvi não me estressar.
Fui encaminhada para um grupo de obstetras do hospital que eu escolhi daqui de Mississauga. O primeiro médico que eu conheci acabou sendo o meu "obstetra oficial", porém, cada consulta eu fui atendida por um médico diferente da equipe, e quando era possível, acabava sendo consultada pelo "oficial".
As consultas eram sempre rápidas, sem muito bate papo como estamos acostumadas no Brasil. A enfermeira me pesava e tirava minha pressão e em seguida o médico entrava, perguntava se estava tudo bem e ouvia o coraçãozinho do bebê. Tudo isso não durava mais do que 3 minutos.
As consultas eram mensais, depois passaram a ser quinzenais e no finalzinho, semanais, como no Brasil.
Durante o pré-natal, tive que ir ao hospital algumas vezes: tive que fazer um "tour" e saber exatamente onde ir caso entrasse em trabalho de parto, tive que assistir uma aula sobre a cesárea, já que a minha tinha sido agendada previamente e dois dias antes do parto fui fazer os exames de sangue pré-cirúrgicos. Tudo isso estava explicadinho numa cartilha que recebi logo que passei a ser atendida pelo obstetra. Tudo muito organizado.
No dia do parto cheguei no horário marcado, fui atendida com um pouco de atraso, mas a cirurgia em si começou praticamente no horário previsto.
Uma observação: a cirurgia foi PERFEITA! Não senti dor alguma durante o procedimento (ao contrário da minha primeira experiência que foi bem dolorida), as enfermeiras do centro cirúrgico estavam o tempo todo ao meu lado me acalmando, o anestesista não saiu de perto de mim um segundo sequer e atendeu as minhas solicitações prontamente(dores de cabeça e náusea), super prestativo e atencioso.
Assim que o Vítor nasceu e recebeu os primeiros cuidados, foi direto pro colo do papai, que esteve ao meu lado e em seguida, ambos me acompanharam pra sala de recuperação, onde ficamos por mais ou menos uma hora. O bebê ficou comigo o tempo todinho, mamou e tanto eu quanto ele éramos monitorado a cada pouco pra ver se tudo estava bem.
Quando voltei a sentir as pernas, fui transferida pro quarto, bebê junto comigo em meus braços, de onde não saiu por nenhum minuto: banho no quarto, exame de sangue no quarto, teste de audição no quarto, etc.
Graças a Deus consegui ficar num quarto "private", pagando uma diferença, mas com direito a acompanhante.
A equipe de enfermagem foi sensacional, sempre prestativas e muito qualificadas.
Antes de vir embora ainda participei de uma aula sobre amamentação, onde uma enfermeira pode auxiliar nesse momento tão importante e que muitas vezes se torna tão penoso (não é meu caso, graças a Deus).
Resumindo: por se tratar de um sistema público, não deixou a desejar em nada se comparado com o sistema particular do Brasil. Claro que toda a parte de hotelaria fica defasada quando pensamos nos luxos que temos por lá, mas minha experiência foi super positiva.
O post está longo demais então em breve conto mais alguns detalhes que julgo importante em mais essa experiência canadense.